Falar sobre Banking as a Service (BaaS) é quase um convite para pensar diferente sobre serviços financeiros. No começo, eu mesmo subestimei os desafios. Achava que bastava conectar algumas APIs e pronto: um novo serviço financeiro estava de pé. Mas, na prática, vi quantos erros poderiam ser evitados antes mesmo do primeiro cliente usar a solução. Se você está pensando em implementar o BaaS no seu negócio, gostaria de compartilhar cinco erros que, na minha experiência, são mais comuns do que se imagina, e algumas formas de contorná-los.
Erro 1: Dificuldade em alinhar estratégia e tecnologia
Já vi empresas começarem projetos BaaS focando só na parte técnica, sem enxergar o valor disso para o negócio. Parece até exagero, mas não é raro ver um squad inteiro discutindo integrações enquanto a liderança ainda não sabe direito como aquilo vai gerar valor. BaaS não é simplesmente aderir a uma tendência porque o mercado está falando.
Para muitos negócios, integrar serviços financeiros por meio do BaaS só vale quando a solução está verdadeiramente conectada à jornada do cliente e tem propósito. Senão, vira um projeto caro e sem tração. Em minha experiência, quando a estratégia de negócio e a tecnologia não "conversam", o prejuízo pode vir rápido.
Alinhar propósito e tecnologia evita muitos retrabalhos.
- Defina desde o início qual problema do cliente será resolvido.
- Garanta patrocínio da liderança antes de avançar na arquitetura.
- O BaaS tem que ser meio, não fim.
Erro 2: Subestimar a complexidade regulatória
Quando comecei a estudar BaaS, até para escrever aqui no Blog Paytime, logo percebi que a parte regulatória era mais densa do que eu imaginava. Vi companhias derrapando por não entenderem o básico das normas do Banco Central, LGPD e regras de prevenção à lavagem de dinheiro. Os riscos jurídicos são enormes, já vi um projeto ser suspenso por semanas só porque ignoraram um termo de consentimento.
A legislação para serviços financeiros é rígida e sofre mudanças frequentes, exigindo um monitoramento constante. E as multas por descuidos realmente tiram o sono, além do risco reputacional.
- Engaje times jurídicos e compliance desde o início.
- Revise continuamente a adequação à regulação vigente.
- Busque parceiros que ofereçam transparência sobre seus processos regulatórios.
Erro 3: Ignorar a experiência do usuário final
Por algum motivo, há quem só olhe para o usuário do sistema e esqueça o usuário final, aquele que vai, de fato, abrir uma conta digital ou pedir um cartão.
Na Paytime, por exemplo, sempre reforço que o processo de onboarding e autenticação do usuário deve ser simples, rápido e intuitivo. Já me deparei com fluxos tão burocráticos que o abandono de cadastro chegava a 80%.
Quem ignora a experiência do cliente final desperdiça a chance de criar engajamento, sem contar que pode expor a marca a críticas online.
Se o cliente não entende ou não gosta, ele vai embora.
- Teste fluxos com usuários reais antes do lançamento.
- Simplifique etapas e traduza termos técnicos.
- Personalize a jornada, mas sem exagerar nos dados obrigatórios.
Erro 4: Falhar na escolha de parceiros e integrações
Um erro recorrente, que vi de perto, é escolher parceiros apenas pelo preço ou por promessas mirabolantes de integração em tempo recorde. O BaaS é feito a várias mãos e, se a escolha não for criteriosa, vira uma dor de cabeça. Tecnologias incompatíveis, falta de SLA, integração mal documentada... Tudo isso pode atrasar ou até inviabilizar um lançamento.
Priorize parceiros com histórico transparente, suporte ágil e documentação clara das APIs. O barato pode sair mais caro quando se trata de infraestrutura financeira.
BaaS é parceria, não aposta às cegas.
- Consulte cases e feedback de outros clientes.
- Teste integrações em sandbox antes do ambiente real.
- Exija contratos claros sobre obrigações e responsabilidades.
Erro 5: Negligenciar segurança e prevenção a fraudes
Toda vez que converso com empreendedores, bato na tecla da segurança. Às vezes, ouvimos: "Estamos só começando, depois pensamos nisso". É uma armadilha. Dados financeiros são alvo constante de ataques e tentativas de fraude. Sem políticas de segurança sólidas desde o primeiro dia, o estrago é grande. E pode ser irreversível.
Já vi casos onde um vazamento pequeno evoluiu para uma crise de imagem difícil de reparar. Isso porque, além de proteger o dinheiro, o BaaS também lida com dados sensíveis dos clientes.
A segurança deve ser parte da estratégia, da arquitetura até o suporte ao cliente.
- Implemente autenticação multifator e criptografia ponta-a-ponta.
- Tenha monitoramento contínuo de transações e acessos.
- Oriente os times sobre práticas seguras e updates constantes.
Conclusão
Implementar BaaS é, na minha visão, mais um projeto de alinhamento do que de pura tecnologia. Pessoas, processos e parceiros precisam trabalhar juntos. Em cada erro que citei, reconheci histórias reais de companhias que poderiam ter avançado mais rápido. E, sinceramente, poucas coisas são tão frustrantes quanto travar num detalhe que poderia ser evitado com um pouco mais de planejamento.
Na Paytime, tenho buscado criar um espaço de aprendizado constante, compartilhando não só tendências, mas também esses aprendizados práticos, que ajudam a tirar o BaaS do papel de maneira segura, rentável e sustentável.
A mudança começa nas pequenas escolhas do dia a dia.
Quer dar o próximo passo e transformar a oferta financeira da sua empresa? Conheça mais sobre como a infraestrutura BaaS da Paytime pode simplificar seu caminho e abrir novas oportunidades. Fique à vontade para explorar nossos conteúdos, conversar comigo ou agendar uma demonstração. Seu projeto pode começar hoje mesmo a evitar erros comuns e conquistar resultados de verdade.
Perguntas frequentes
O que é BaaS e como funciona?
BaaS, ou Banking as a Service, é um modelo que permite que empresas de diversos setores ofereçam serviços financeiros aos seus clientes, como contas digitais, cartões e pagamentos, sem precisar ser um banco tradicional. Isso é possível graças à integração com plataformas especializadas via API, permitindo personalização e escalabilidade. Você implementa serviços bancários na sua operação, usando a infraestrutura de um parceiro já regulado.
Quais são os erros mais comuns no BaaS?
Entre os erros mais recorrentes, eu destacaria:
- Não alinhar estratégia de negócio e tecnologia;
- Subestimar exigências regulatórias;
- Ignorar a experiência do usuário final;
- Escolher mal os parceiros e integrações;
- Descuidar da segurança e prevenção a fraudes.
Esses problemas podem comprometer o sucesso do projeto e geram custos desnecessários.Como evitar falhas ao implementar BaaS?
Planejamento, testes e escolha criteriosa de parceiros são os caminhos mais seguros. Inclua o time de compliance e jurídico desde o início, teste com usuários reais, busque infraestrutura robusta e mantenha o foco em segurança. Aprender com erros de outros, como faço aqui no blog da Paytime, também faz diferença.
BaaS é indicado para qualquer empresa?
Nem toda empresa se beneficia ao adotar BaaS. É preciso ter clareza do valor que a oferta de serviços financeiros vai gerar para o seu público. Para fintechs, varejistas, marketplaces e startups, faz muito sentido, mas sem propósito a solução vira custo. Entender o perfil do cliente e a estratégia da empresa é o primeiro passo para decidir.
Vale a pena investir em BaaS hoje?
Se o objetivo é criar novas receitas, fidelizar clientes e ampliar diferenciais, BaaS pode ser uma aposta bastante promissora. Com o movimento forte de bancarização digital e a demanda crescente por soluções customizadas, cada vez mais empresas buscam esse caminho. A dica é estudar bem o parceiro e se informar sobre tendências e desafios, como faço sempre aqui na Paytime.